sábado, 31 de outubro de 2009
terça-feira, 27 de outubro de 2009
there's more to life than pop
sábado, 24 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
que a bíblia
nunca é demais
Veredicto:
Temos crítica ao triste estado em que estamos, temos dialéctica frutuosa nascida dos conflitos quotidianos e contemporâneos, temos até crítica ao governo, aos políticos, ao modelo educativo, à falta de liberdade, à prepotência e à casmurrice salazarenta. Declara-se, por unanimidade, que:
TEMOS SERVIÇO PÚBLICO!
sábado, 17 de outubro de 2009
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
construtivismo social
terça-feira, 13 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Morangos: agora também dentro do prazo?
Isto tem de ser dito: é preciso ter estômago para ter dado por completo a volta a uma escola. Ali, critica-se não só a rigidez militar das escolas portuguesas, mas ainda se faz mais: aponta-se um caminho a seguir - e ele não pode ser outro que não a via artística. É preciso perceber, de uma vez por todas, que o modelo escolar que Portugal e tantos outros países têm está desajustado, está desadaptado à realidade em que nós vivemos, e que não é nem será nunca o modelo a seguir. A tecnologia desenvolve-se cada vez mais, mas parece que ninguém consegue tirar nenhuma conclusão disso. Nós estamos a chegar a um momento da história da humanidade em que o trabalho como o conhecemos vai deixar de existir, simplesmente porque, com o avanço da tecnologia, vamos ter máquinas capazes de executar todos os trabalhos chatos e aborrecidos que são tão necessários para a vida neste planeta. Não são os despedimentos em fábricas de automóveis um grande bem? Claro que são! São lugares que nunca mais irão ser preenchidos porque as máquinas já fazem o trabalho todo! (E que fique bem claro que isto nada tem que ver com despedimentos em nome de neo-liberalismos globalizantes e económicos.) O que temos de perceber é que esta situação é um bem incalculável, e que a culpa disso está nos avanços da tecnologia.
É claro que quando alguém não tem forma de ganhar o seu dinheiro (dê lá por onde der, o problema vai sempre mexer na economia) isso é um mal terrível, toda a gente o sabe. Mas a questão é que a responsabilidade não é do avanço da tecnologia, esse avanço não é mau porque tira emprego; a responsabilidade é dos governantes e dos gestores de empresas que não souberam preparar-se para todas estas mudanças tecnológicas e para as consequências que vão naturalmente decorrer delas. Vão deixar de ser precisas formigas operárias sem qualificações e com baixos salários, e o homem vai finalmente ter o tempo livre para as suas criações artísticas e únicas. É por isso que esta instrução deve começar na escola, e deve lá começar para que as novas gerações se habituem ao tempo livre e o não estranhem, para que as novas gerações sejam mais reivindicativas dos seus direitos contra a ameça dos super-liberalismos económicos, para que não haja paciência nenhuma frente à perda de liberdades com que todos os dias tanta gente nos assedia. Os governantes e os donos das empresas têm de se preparar para a grande mudança que vem aí: é deles a responsabilidade de reformar o sistema de ensino, de favorecer o aparecimento de novas pequenas empresas, de criar universidades e postos de trabalho para toda a gente que vai viver das suas criações artísticas. Os novos Morangos com Açúcar são um ultimato para os Ministros da Educação: adaptem-se enquanto é tempo ou serão ultrapassados! Nós queremos ter tempo livre para poder criar à vontade, e se não nos dão o que é de nosso pleno direito iremos lutar por isso!
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
sábado, 3 de outubro de 2009
Amália, hoje?
Precisamos de saudar várias vezes este interessantíssimo projecto português, que nos chega pela mão de alguns dos mais atentos artistas portugueses. Não é por ser pop, embora o ser pop ajude bastante a vender discos; é por ter muito pouco a ver com o fado, e ainda bem. O fado é o lamento dos pobres e a saudade reminescente do céu das ideias do Platão. Não é nada que possa ser usado para dar força aos portugueses do futuro, aqueles que vão cumprir o Quinto Império e puxar a Era de Aquário para o pé de nós mais depressa. A música aqui, a canção, celebra em vez de se lamentar. Não precisamos nada, absolutamente nada, do velho fado para seguirmos em frente; precisamos, isso sim, de coisas como esta que sejam uma celebração da alma portuguesa, da alma universal, da beleza que há no mundo. E só agora é que me apercebo de uma coisa: aquela voz ridícula que tiveram a infelicidade de pôr no início da música (até mesmo o Pedro Abrunhosa canta melhor que aquilo) conta a história do fado. Primeiro, era uma coisa que levava ao raquitismo e à depressão, e agora é encarada como a celebração da alma - não vou dizer de Portugal, mas - do mundo! É finalmente o triunfo do dia sobre a noite! É o triunfo do fado que deixa, finalmente, de ser fado para ser outra coisa muito melhor.
a revolução cultural... masculina
O homem já não manda em casa, o homem de hoje já não pode mandar em casa. Já não é um ser racional, frio e insensível. Dir-se-ia que, se se pode dizer que se observou uma masculinização da mulher (agora independente, confiante, com uma carreira, solteira, sexualmente disponível, livre), observa-se agora a femininização do homem. O homem toma contacto com a lida da casa, é agora chamado a acompanhar os filhos em todas as tarefas e não mais a ajudar a mulher, mas sim a construir uma relação com ela. O homem moderno preocupa-se com a sua aparência, cuida de si, cuida do seu corpo como foi sempre exigido às mulheres, procura a boa forma física, desenvolve um sentido estético na moda. Acabaram-se as mulheres vistosas para encher o olho aos homens. Acabaram-se os homens cinzentos de fato e gravata. Agora, só a cor faz sentido. O metrossexualismo invade as prateleiras das mentes masculinas. A moda já não conhece barreiras. O sentido estético pessoal passa a marcar verdadeiramente o andamento da moda de todas as estações. Agora os homens também usam malas e acessórios. Estarão as diferenças entre os sexos a dissolver-se a olhos vistos?
Tecnologia. A tecnologia está cada vez mais aperfeiçoada e cada vez mais pequena. A complexidade de um simples telemóvel é algo que talvez fosse impensável uns anos atrás. Aumenta a definição da tecnologia, diminui o tamanho, simplificam-se as formas, massifica-se a utilização. Agora estamos rodeados (ou podemos vir a estar) por todos os lados, até em écrans pequenos, ou em plasmas gigantescos, pela televisão, pela internet. Toda a gente quer que estejamos ligados. Podemos tirar fotografias ou fazer filmes com telemóveis. Nunca o grafismo de jogos de computador foi tão avançado. O design instala-se em todos os objectos. A cultura entra-nos porta adentro. A internet massifica-se ainda mais. A informação nunca circula tão rápido. Os motores de busca Google são mais eficientes, as páginas pessoais em Hi5s, Facebooks e MySpaces multiplicam-se, os vídeos navegam cada vez com mais definição no YouTube, os pequenos estados de alma publicam-se em Twitters, e os Blogues conhecem uma diversificação e massificação sem precedentes. O poder virtual torna-se real. A televisão digital, cada vez mais interactiva, vem aí. Cada vez mais temos mais meios à disposição para que possamos escolher o que fazer, como e quando quisermos. Liberdade é a palavra de ordem, expressão individual é o imperativo.
Economia. Vivemos uma era de sucessivos abalos nascidos da inevitável crise do sistema capitalista, a consequência natural de um processo de globalização em que todos dependem de uns poucos que mandam no mundo. As crises económicas levam perigosamente aos cortes orçamentais e à perda das liberdades sociais que foram ganhas com tanto suor e sangue pelos nossos antepassados. O desemprego cresce inexoravelmente fruto do avanço da tecnologia, e da inadequação dos sistemas de ensino para prepararem a nova geração para o mundo futuro. O descontentamento alastra, as pessoas trabalham mais, o trabalho que têm permite uma maior mobilidade mas também é mais precário, os salários são mais baixos, os cortes orçamentais são maiores e abafam a cultura, o descontentamento irrompe em ondas incontroladas de protesto, as pequenas economias soçobram e caem. Estamos reféns dos grandes grupos económicos, e cada vez mais dependentes da união europeia. O património degrada-se e a individualidade das nações ameça dissolver-se. Abrem-se as portas a leste para uma integração económica.