sábado, 2 de agosto de 2008
as editoras estão em boas mãos
Antes de rasgar cuidadosamente este belo exemplar de papel pronto a reciclar, dei de caras com algo deveras curioso. Diria até, caricato. Façamos o raciocínio:
A "Presença" é uma editora.
As editoras editam livros.
LOGO, quem assina um catálogo de novidades em matéria de livros é alguém altamente especializado no mundo da literatura que saberá, melhor que ninguém, justificar-se perante a escolha de determinados títulos para edição em detrimento de outros.
Até aqui, tudo bem.
Então... por que raio é que quem assina o catálogo das novidades é um DIRECTOR DE MARKETING?!
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4 comentários:
LOOOOOOOOOOOOOOOL
welcome to real life!...
é verdade... mas será que nós temos que engolir estas situações e calar? Nunca! Este é um pequeno exemplo da capitalização da cultura que andam fazendo (e é este pequeno, há muitos piores que este, a começar pelos programas escolares). Repetiremos sempre, com o Agostinho da Silva, que juntar economia e cultura é algo perfeitamente absurdo. Será que há alguém que não seja capaz de notar o ridículo que há nisto?
as editoras (ainda mais editoras como a presença) escolhem livros para se venderem. desde quando é que é preciso perceber de literatura p escolher livros que vendam mais?
Pois é. É a mania de querer meter a economia em tudo o que existe, mesmo que isso seja completamente absurdo. O desenvolvimento económico capitalista pode trazer e certamente trouxe muito de bom; porém, para que o seu desenvolvimento fosse máximo, foi preciso abdicar de muitas coisas que nos fazem humanos. O caminho é hoje voltar atrás para obrigarmos a nossa inteligência a acompanhar a evolução tecnológica dos nossos dias. E quanto à Presença... enfim, basta olhar para aquelas capas plastificadas e horríveis para ver o que aquilo vale... mas o pior é que ela não é a única... Ainda assim, ela tem lá uma colecção de literatura fantástica organizada pelo Jorge Luis Borges. Quem diria, não é? Por isso é que nós devemos andar sempre atentos, mesmo em relação àquilo que nos parece sucata sem retorno.
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