Desde que estejamos prontos a recebê-la e que não a esperemos, a inspiração vem sempre.
A inspiração é em muito portuguesa: nunca chega a horas.
O relógio da inspiração só marca a eternidade.
A inspiração pode entrar até no corpo mais frágil e menos preparado; ele é que pode não aguentar durante muito tempo.
A inspiração que traz a genialidade corrói o corpo.
Não é preciso dar asas à inspiração; a inspiração é que dá asas ao corpo.
Para cumprir o que a inspiração manda não é preciso trabalhar muito, apenas deixar de ser preguiçoso.
Devemos aprender a lição do caracol: não carregar a nossa casa às costas, mas ser a casa que se carrega para todo o lado.
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2 comentários:
...99% de transpiração, 1% de inspiração...dizia thomas edison...n'est pas?
é uma grande verdade, e é por essa razão que a inspiração corrói o corpo: é que a genialidade não serve de nada se não for trabalhada... e que trabalho ela nos dá! Ao Pessoa eram noites sem dormir, ao Camões foram braçadas enérgicas para safar Os Lusíadas da sepultura marinha, ao Vieira foram as quezílias com a Santa Sé; e depois há todo o trabalho que dá escrever e aprimorar o que se escreve, ou o que se inventa. Diremos como o Agostinho da Silva: àqueles que não amam especialmente, concedem os deuses uma vida fácil; àqueles que querem ultrapassar heroicamente a sua condição mortal vendem os deuses, e bem caro, todos os bens que lhes cumulam. É a lei da vida.
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