sexta-feira, 1 de agosto de 2008

o escritor nunca escreve para outros, escreve apenas para ele mesmo. Se os outros percebem o que ele quer dizer, é porque falam a mesma língua.

2 comentários:

Joana. disse...

Talvez...
Nunca perdi tempo a raciocinar sobre isso. Estás um passo mais à frente. Eu reflicto sobre os sentidos e tranformo essas reflexões em palavras. Tu reflectes sobre o processo seguinte ;)

Daniel disse...

São ideias sobre as quais Pessoa já escreveu, e provavelmente muitos outros. Mas, de facto, há dois problemas muito grandes no nosso tempo: por um lado, o pensamento crítico e científico em relação à vida tarda em aparecer, e nem sequer é cultivado, parecendo as pessoas mais sobreviventes que seres viventes, alheias a si próprias e ao mundo; por outro lado, estamos num mundo em que a arte se banalizou, e tanto é assim que os poetas que se julgam mais importantes são aqueles que meramente descrevem emoções por palavras. Em pelo menos uma coisa tenho que concordar com o azedo Bernardo Soares: é que a criação poética (vamos chamar-lhe assim) que é feita a partir do que há na imaginação é muito superior à criação poética que é feita a partir do que há no coração. É a diferença qualitativa que há entre Pessoa e toda a cambada de badamecos que recebe prémios a torto e a direito hoje em dia. O que procuro fazer é simplesmente analisar padrões e tentar inferir processos, quando verosímeis, numa atitude verdadeiramente científica. Mas, na verdade, devo dizer que a tua sensibilidade está a funcionar bem porque é exactamente isso que dizes que tento fazer =)