Se, juntamente com o nosso amigo Descartes, duvidamos hiperbolicamente da existência de tudo quanto existe, ou, melhor dizendo, de tudo aquilo que julgamos que existe; e se questionamos cientificamente todas as coisas, e procuramos encontrar todos os seus porquês; a certa altura teremos nós forçosamente de nos encontrar nos domínios da dúvida. Não temos qualquer prova, perfeitamente objectiva e comunicável a outro ser humano, de que nós mesmos ou qualquer outra coisa verdadeiramente existe (e não é apenas produto de uma qualquer ilusão ou inteligência criadora). Por outro lado, o que nós podemos ver quando analisamos a Ciência Moderna, é que, quanto mais se descobre, quanto mais equações se deduzem, mais se chega à conclusão de que a dúvida está, ela própria, tão próxima da certeza, que de modo nenhum a podemos afastar: são disso exemplos o Teorema da Incompletude de Gödel (na matemática), o Princípio da Incerteza de Eisenberg (na física), e, na verdade, toda a noção de incerteza na medição que afasta a possibilidade de resultados absolutos seja na física, na química, na biologia, ou até na psicologia, triunfando sempre a noção de probabilidade. Outro aspecto extremamente curioso, e digno mesmo de muita atenção, já focado de interessante maneira por Fritjof Capra, é a semelhança cada vez maior das teorias científicas mais avançadas e complexas com os princípios filosóficos e metafísicos orientais, como os taoístas, os budistas, e os hiduístas. E quem sabe o que o futuro nos poderá trazer... Talvez as respostas (ou, digamos assim, a ausência de perguntas) estejam antes no regresso ao passado. E é uma ideia bem interessante: fazer do futuro o regresso ao passado para encontrarmos o tempo sem-tempo que é o presente puro! Ora aí está um objectivo verdadeiramente interessante para a análise filosófica e historiográfica, e para a síntese científica que vai desde o espaço-tempo einsteiniano à contemplação holística da novíssima biologia de sistemas!
nesta história temos sempre duas possibilidades: achar que somos nós os autores das ideias que encontramos na nossa cabeça; ou, por outro lado, mantermo-nos sempre receptivos para que a nossa cabeça, como boa antena colectora de ideias, seja confortável o suficiente para que elas se amiguem de lá pousar. Pelo sim pelo não, vou mais por deixar a cabeça suficientemente livre e vazia de qualquer pensamento para que eles nunca se incomodem de lá parar para ganhar força e seguir adiante.
2 comentários:
...não quererás dizer todas a perguntas sem resposta?
Se, juntamente com o nosso amigo Descartes, duvidamos hiperbolicamente da existência de tudo quanto existe, ou, melhor dizendo, de tudo aquilo que julgamos que existe; e se questionamos cientificamente todas as coisas, e procuramos encontrar todos os seus porquês; a certa altura teremos nós forçosamente de nos encontrar nos domínios da dúvida. Não temos qualquer prova, perfeitamente objectiva e comunicável a outro ser humano, de que nós mesmos ou qualquer outra coisa verdadeiramente existe (e não é apenas produto de uma qualquer ilusão ou inteligência criadora). Por outro lado, o que nós podemos ver quando analisamos a Ciência Moderna, é que, quanto mais se descobre, quanto mais equações se deduzem, mais se chega à conclusão de que a dúvida está, ela própria, tão próxima da certeza, que de modo nenhum a podemos afastar: são disso exemplos o Teorema da Incompletude de Gödel (na matemática), o Princípio da Incerteza de Eisenberg (na física), e, na verdade, toda a noção de incerteza na medição que afasta a possibilidade de resultados absolutos seja na física, na química, na biologia, ou até na psicologia, triunfando sempre a noção de probabilidade. Outro aspecto extremamente curioso, e digno mesmo de muita atenção, já focado de interessante maneira por Fritjof Capra, é a semelhança cada vez maior das teorias científicas mais avançadas e complexas com os princípios filosóficos e metafísicos orientais, como os taoístas, os budistas, e os hiduístas. E quem sabe o que o futuro nos poderá trazer... Talvez as respostas (ou, digamos assim, a ausência de perguntas) estejam antes no regresso ao passado. E é uma ideia bem interessante: fazer do futuro o regresso ao passado para encontrarmos o tempo sem-tempo que é o presente puro! Ora aí está um objectivo verdadeiramente interessante para a análise filosófica e historiográfica, e para a síntese científica que vai desde o espaço-tempo einsteiniano à contemplação holística da novíssima biologia de sistemas!
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