domingo, 7 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
os laboratórios mentais, recantos da mente intelectualizadora, têm todos a sua realidade virtual. As ideias espalham-se e exprimem-se de diferentes cambiantes, consoante a inspiração do momento, e querem-se libertas e livres, errantes e vadias, para vaguear por todo o universo em espirais de desorganização. Os blogues querem-se com sentido, com uma direcção precisa e sempre afinada, consoante os ventos do momento, e mesmo quando o sentido é não ter nenhum a que se agarrar. Por isso escrevo, e para isso a língua flui em palavras inventadas ou construídas, descobertas de um só sentido, entre mil sentidos inventados. Sentir, sonhar, amar, pensar, querer, fazer; tudo se reune e tudo se resume numa só frase, e numa só ideia cabem todas as ideias do mundo. Escrever é desenvolver ideias brutas na mente, escrever é lapidar os diamantes por oferecer. Mas como tudo o que nasce, tudo tem também o seu fim, e o tempo de cada coisa obedece às suas próprias leis internas. Este blogue serviu como plataforma de lançamento para altos voos e altos projectos, e muitos deles estão já realizando-se geometricamente. Passei aqui muitas horas de poesia, e procurei difundir - tanto quanto me foi possível - as ideias que me iam aparecendo na cabeça, seja porque eu as fabrico ou porque as capto na atmosfera. Mas agora já não sinto necessidade de ter um blogue para me desenvolver pelos caminho do que há em mim. A procura foi intensa, e aquilo que encontrei superou em muito tudo o que eu poderia ter algum dia imaginado. Fundaram-se amizades maiores do que a própria vida, e multiplicaram-se as conexões ao mundo. Pensei, reflecti, e fiz pensar. Foi aquilo que tinha de ser. E agora a vida pulsa com mais força do que nunca, a concretizar tantas ideias - agora já mais desenvolvidas - que vão trazer novos mundos ao mundo: desta vez não o dos mares nunca dantes navegados, mas o dos sonhos nunca antes sonhados. Talvez haja a oportunidade para que os bons frutos dêem boa semente noutro lado; assim o será, a seu tempo. Mas agora está tudo bem, e as ideias vão continuar a voar por toda a parte, como sempre o fazem e como sempre o fizeram. Ainda me custa a entender como é que um blogue que mal divulguei conseguiu ter cerca de 16 mil visitas em pouco mais de três anos. Será esta a grande prova do português, essa língua universal que ainda vai correr muito mundo? Certamente. Mas também será prova de que há gente por aí que gosta de pensar em português e de vadiar no desconhecido da poesia que todos nós temos cá dentro. A minha vida não é a mesma depois desta aventura, e sei bem que a vida de muitos outros, tão espalhados pelo mundo, também não. Só isso já me dá força suficiente para começar a construir as naus que ainda hão-de navegar os mares futuros do impossível realizado. Agora, a promessa de todos os grandes tesouros do mundo por descobrir chama-me, e parto novamente - já não o mesmo, mas sempre infinitamente mais rico do que quando aqui cheguei. Só posso desejar que também vocês partam, em direcção àquilo que mais querem, até que se cumpram naquilo que realmente são. Eu já o encontrei.
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