sábado, 14 de fevereiro de 2009

mas o que é que está a acontecer?!









agora desatou tudo a fazer filmes interessantes? Será que finalmente as pessoas se começam a cansar do vazio insuportável em que vivemos?

(Na verdade, sinto-me tentado a dizer que o vazio sartriano trazido à boca de cena pelo existencialismo francês era a materialização francófona de um contínuo e profundo descontentamento premonitório da instalação insidiosa de um modo de vida artificialmente fabricado nos estados unidos do pós-guerra, e não uma consideração racionalizada da falta de sentido que a vida aparenta ter. Mas não vou dizê-lo - é que pode ser apenas mais um dos devaneios da minha mente.)

2 comentários:

Jubylee disse...

ai...adorei este filme - foca um assunto que me passa pela cabeça desde há muito tempo...porque esse "modo de vida artificialmente fabricado nos estados unidos do pós-guerra" que falas, ainda perdura na nossa sociedade, infelizmente. O livro já ali está à espera que pegue nele (desta vez optei por inverter a ordem e ver o filme primeiro...). Quanto ao teu devaneio não posso comentar, porque não sou grande conhecedora dos autores existencialistas (franceses ou de qualquer outra nacionalidade...Sartre ainda não entrou na minha biblioteca...).

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Daniel disse...

Também fiquei cheio de curiosidade de ler o livro quando descobri que ele foi publicado em 1960, mesmo no auge desse american dream. Não será de espantar, beatnicks à mistura, vietnams, comunismos e etc., que tenha rebentado a cultura hippie como resposta (antítese) a todas essas ilusões fáceis de mastigar. O pior não é termos o conforto material - que é bastante agradável, e sem o qual não podemos ter espaço para o desenvolvimento intelectual - , o pior é não passarmos desse conforto material, não termos consciência da nossa liberdade e não termos uma atitude crítica em relação ao mundo. Quanto a conceitos filosóficos ou outros, parece-me que não é preciso ler Sartre para saber o que é o existencialismo; isto é, para conhecer em que consistem os conceitos basta uma pessoa que os saiba explica de forma clara. Agora, para compreender o contexto histórico e a evolução histórica dos conceitos é preciso, aí sim, estudar muita e muita coisa. Mas parecem-me coisas diferentes.