quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Porque terá a música esta capacidade incrível de tão facilmente nos transportar para um outro mundo de sons e sentimentos? Só pode haver uma resposta: a nossa sensibilidade tem de ter a mesma natureza vibratória da música: só assim é possível que tão facilmente as duas naturezas se fundam e se concentrem, influenciando-se uma à outra de uma forma tão íntima. A alma, como os planetas de Pitágoras, na sua harmonia celeste, tem uma natureza essencialmente vibratória; é a vibração pura que vai preenchendo a totalidade sem nome. A carne é muito pouco influenciável pela música porque a sua natureza estática não permite que as partículas elementares que a compõe possam adaptar a sua vibração interior aos modos de vibração exteriores. As ligações entre os átomos da matéria são demasiado fortes, e só quando são quebradas podem as partículas, agora plenamente individualizadas e únicas em si mesmas, revelar a sua originalidade pela reacção aos tons vibratórios que lhes chegam do exterior. A alma é, na sua essência, uma música celeste que ecoa pelo universo.

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