sábado, 16 de janeiro de 2010

só uma reforma no modelo de ensino actual poderá algum dia superar a divisão artificial e ridícula que existe entre as Humanidades e as Ciências. E é mais que certo que essa reforma vai acontecer porque as necessidades do sistema capitalista em que nós vivemos assim o vão exigir. A particularização e fragmentação das Ciências é tanta e tão doentia que cada especialidade, voltada apenas sobre si mesma, vai acabar por diminuir a sua produção intelectual até que a obrigue a estagnar em níveis baixos - e isso já está a acontecer. A questão é que, daqui em diante, e por causa da excessiva especialização que a ciência sofreu nos últimos tempos, só será produtivo quem conseguir manejar várias áreas diferentes ao mesmo tempo, relacionando-as entre si. É hoje impossível inovar e ir mais além se não se vir o mundo como um sítio grande e vasto, onde cabe tudo e onde tudo se influencia entre si. E a questão aqui é que a melhor maneira de superar esta divisão terrível e deformante é pela reformulação do modelo de ensino desajustado aos nossos tempos que teimam em nos impôr. Quando um modelo integrativo do desenvolvimento da história e da cultura for posto em prática e forem medidos os resultados práticos que ele promove, aí as coisas começarão a mudar. E temos esperança nisso - não porque seja a última coisa a morrer, mas porque as mudanças na cultura dão-se cada vez mais depressa, e tão depressa, que o mais certo é virmos a ter muitas surpresas nunca antes previstas ainda durante esta nossa curta vida.

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