quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

a mente não tem nenhum destino por onde vai: quanto mais livre e mais liberta ela está, mais ela voa e mais depressa ela chega onde quer chegar; na verdade a mente vai para onde quer e para onde lhe apetece quando assim lhe dá na asa, e ninguém alguma vez pôde alguma coisa contra isso, e muito menos hoje. Hoje temos todas estas maravilhas tecnológicas, a seu lado efémeras, e a seu lado incitantes à loucura desgarrada - devia dizer desagarrada - das palavras flutuantes que se querem bem amadas e levantes. Não há mais nada a fazer, apenas deixar andar e deixar correr pela estrada fora esses veios onde o nada em tudo mora, deixar correr pelos prados e pelas cidades que não há e deixar que tudo isso nos leve embora de volta ao paraíso que a maçã da Árvore apodreceu ou nunca existiu, o ouro que há nisso é o casamento do Adão ter sido o andar nu e o com chouriço fecundar a Eva em seu altar de pedra e cal e de mármore branca, sonhar com o que vinha e com o ia na dança do hoje, do ontem, do amanhã fundidos em ouro, sonhar com isso dormindo e acordar para o mundo novo.

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