nem mais. São duas coisas muito diferentes, situam-se em níveis diferentes. Se formos ver à origem etimológica das palavras, belo designa beleza; mas bonito vem da ideia de bom. Ora, como o nosso amigo Sócrates já argumentava, o que é belo (o que tem beleza) e o que é bom (o que é proveitoso para alguém) são duas coisas muito diferentes. Não devem, portanto, ser misturadas.
peço muita desculpa, mas não posso concordar. uma obra de arte não é bonita nem feia, não é bela nem o contrário, não é boa nem má, uma obra de arte é mais do que classificações subjectivas de uma mania humana de compartimentação, uma obra de arte é superior ao seu próprio criador, é mais vasta e ampla, mais do que qualquer um de nós pode imaginar. uma obra de arte é uma obra de arte.
As palavras só nos enchem as medidas se queremos comunicar alguma coisa que as transcenda. Therefore, o que importa não está nas palavras que usamos mas sim naquilo que elas representam, nesse algo que as subjaz e do qual são uma representação. Neste tempo de tantas verborreias parece-nos importante procurar as palavras que mais fielmente podem representar essa imaginação criadora de que falas. Isso só poderá ser feito, cremos nós, quando estivermos perfeitamente conscientes da raiz original, ou o mais original possível, de cada palavra que usamos. Se usamos as palavras não é por serem elas perfeitas (são tão finitas e ordinárias), é porque a língua é uma excelente forma de comunicar rapidamente a verdade individual de cada um. Melhor que ela, só a representação pictórica, embora também esta seja finita e não consiga representar a dimensão abstracta. Talvez só a música, melhor que as duas últimas, se aproxime mais da dimensão abstracta que é o próprio Ideal de todo o verdadeiro artista. Mas, enfim, se queremos comunicar alguma coisa temos forçosamente que escolher um meio qualquer, seja ele a língua, falada ou escrita, a pintura ou a música...
nesta história temos sempre duas possibilidades: achar que somos nós os autores das ideias que encontramos na nossa cabeça; ou, por outro lado, mantermo-nos sempre receptivos para que a nossa cabeça, como boa antena colectora de ideias, seja confortável o suficiente para que elas se amiguem de lá pousar. Pelo sim pelo não, vou mais por deixar a cabeça suficientemente livre e vazia de qualquer pensamento para que eles nunca se incomodem de lá parar para ganhar força e seguir adiante.
4 comentários:
Concordo, para mim o belo pertence a outra ordem, a do sublime, que já não é tão subjectiva como o adjectivo bonito(a).
Abraço
nem mais. São duas coisas muito diferentes, situam-se em níveis diferentes. Se formos ver à origem etimológica das palavras, belo designa beleza; mas bonito vem da ideia de bom. Ora, como o nosso amigo Sócrates já argumentava, o que é belo (o que tem beleza) e o que é bom (o que é proveitoso para alguém) são duas coisas muito diferentes. Não devem, portanto, ser misturadas.
Abraço
peço muita desculpa, mas não posso concordar.
uma obra de arte não é bonita nem feia, não é bela nem o contrário, não é boa nem má, uma obra de arte é mais do que classificações subjectivas de uma mania humana de compartimentação, uma obra de arte é superior ao seu próprio criador, é mais vasta e ampla, mais do que qualquer um de nós pode imaginar.
uma obra de arte é uma obra de arte.
Caro Ricardo,
As palavras só nos enchem as medidas se queremos comunicar alguma coisa que as transcenda. Therefore, o que importa não está nas palavras que usamos mas sim naquilo que elas representam, nesse algo que as subjaz e do qual são uma representação. Neste tempo de tantas verborreias parece-nos importante procurar as palavras que mais fielmente podem representar essa imaginação criadora de que falas. Isso só poderá ser feito, cremos nós, quando estivermos perfeitamente conscientes da raiz original, ou o mais original possível, de cada palavra que usamos. Se usamos as palavras não é por serem elas perfeitas (são tão finitas e ordinárias), é porque a língua é uma excelente forma de comunicar rapidamente a verdade individual de cada um. Melhor que ela, só a representação pictórica, embora também esta seja finita e não consiga representar a dimensão abstracta. Talvez só a música, melhor que as duas últimas, se aproxime mais da dimensão abstracta que é o próprio Ideal de todo o verdadeiro artista. Mas, enfim, se queremos comunicar alguma coisa temos forçosamente que escolher um meio qualquer, seja ele a língua, falada ou escrita, a pintura ou a música...
Cumprimentos
Enviar um comentário