o próximo ensaio a ser construído será a Apologia ao Surfista e nele irão constar todos os argumentos que existem, e que são cada vez mais válidos nos tempos que correm, em defesa dessa grande arte que é ser surfista. Segue aqui um pequeno excerto para abrir o apetite a quem quiser.
Se outrora foi Portugal reino de grande e abundante navegador que, apesar de analfabeto e sem saber declinações latinas ou diálogos gregos conseguiu cruzar os oceanos que separavam o mundo e unir as terras que havia separadas, hoje, diremos nós, é o nosso Portugal tão digno de reverência como esse das glórias passadas; e tudo se deve, ainda, à magnífica costa e às belíssimas praias que doiram a orla das suas vestes. Que esse minério precioso que tanto general espanhol cobiçou fosse valioso; que essa talha que orna o altar-mor da basílica de S. Pedro seja digna de admiração; que os tesouros de Versailles sejam de um luxo sumptuoso que pasmou príncipes e princesas; nada disso pomos nós em causa; mas a verdade é que nenhum desses tesouros, já de si tão grandes e elevados, se compara ao ouro verdadeiro das areias do nosso Portugal. Curiosa afirmação esta, poderá pensar o incauto leitor que deve reverência, assim como todos nós, aos ombros dos gigantes do passado nos quais nos sentamos ou alegremente nos empoleiramos para ver mais longe; curiosa afirmação que vota todas essas criações da natureza para um patamar inferior ao da vulgar areia de qualquer praia portuguesa; é esta, porém, afirmação ponderada e em tanto verdadeira como o leitor verá já de seguida.
Elogio ao Surfista (inédito)
terça-feira, 22 de julho de 2008
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