domingo, 23 de novembro de 2008

about disfunctional families




no family is completely functional.





Rachel getting married (2008)

Não podia haver melhor maneira de encerrar esta grande edição do Estoril Film Festival. Uma sugestão foi quanto bastou para que este dia dedicado ao cinema (era mais ao cinema do Tim Burton que outra coisa) terminasse com uma obra de arte sublime, que triunfa pela simplicidade com que nos apresenta o complexo: a psique humana em convulsão nos momentos-chave da vida, a tensão essencial que desencadeia o conflito - e a conclusão que nos mostra que nada se resolve, que tudo se vai resolvendo aos poucos, que não há milagres nem curas milagrosas, que tudo faz parte de uma construção que tentamos harmonizar a todo o custo neste mundo multicultural. Ninguém é aqui herói: apenas nos esforçamos por viver o melhor que conseguimos, tantas vezes falhando e frustrando as expectativas dos outros, as nossas próprias expectativas. Mas é no momento, único, que tudo pode acontecer. É esse imprevisível que faz com que o conjunto seja muito mais do que a soma das partes. E a perfeição está aí: não no que se cria, não no que fica por criar; apenas no que acontece. E assim é a vida. E assim somos nós.

Sem comentários: