domingo, 23 de novembro de 2008

há em mim a consciência terrível de que esta vida que temos é sublimemente delicada e preciosa, e de que não devemos desperdiçar um único segundo desta nossa existência a fazer outra coisa que não seja conhecermo-nos a nós mesmos e à missão que nos cabe desempenhar neste mundo. O problema é esta questão económica que tanto peso tem hoje em dia, e que tanto e de tantas formas atrapalha o cumprimento da nossa missão. Merda para a economia.

3 comentários:

Ursdens disse...

Porquê? Achas que o "pessoal do ócio" não vivia imerso em falsos dramas pavorosos?

Eu acho que sim...

Conecermo-nos é bom, mas querermo-nos conhecer para lá de um determinado patamar é perigoso...

Desde que se tome consciência da culpa e se vá expurgando a mesma, leia-se, emendando-a de uma forma equilibrada, então está tudo bem!

Olha que, a pensar assim, ainda te filias numa qualquer maçonaria e partes, infrutiferamente, à procura do "grande arquitecto do universo"! eheh!

Aliás, duvido, porque parece-me também que, para procurar o "grande arquitecto do universo", tem que se ser um bocado seguidista... eheh!

E isso tu não és, és um livre pensador! E ainda bem!

Só te resta a preocupação única com a felicidade, ou a tentaiva dessa preocupação única...

:)

Daniel disse...

Eu sempre gostava que me explicassem o que é um drama, e mais ainda o que é um falso drama. Agora, uma coisa é certa: esse desassossego que sinto - seja ele legítimo ou não - alivia-se um pouco, de certa forma, se me tento conhecer a mim próprio. Os patamares que existem só existem na nossa mente, na verdade. O que a história nos prova (atenção, não se trata de nenhuma filosofia: é aquilo que já aconteceu, é uma observação objectiva) é que o futuro traz-nos sempre coisas que nunca ousaríamos sequer imaginar no nosso presente. Assim, a ideia que nós temos de futuro não pode ser olhada como algo distante e irrealizável: ela tem de ser olhada antes como algo que será certamente ultrapassado de uma maneira que nem conseguimos supor qual seja. Realmente perigoso será achar o contrário...

Quando nos círculos maçónicos se fala de um possível "grande arquitecto do universo" é por uma razão bem precisa: primeiro que tudo, evita-se usar a palavra "deus", que está tanto desgastada e tem sido tão mal interpretada ao longo dos tempos; segundo, porque, se deus é realmente infinito e espiritual, será difícil crer que tenha sido ele o autor do mundo em que hoje vivemos. Na realidade trata-se da ideia do grego Parménides: algo que seja capaz de gerar outra coisa a partir de si só poderá gerar algo que tenha a mesma natureza daquela que o criou. Portanto, sendo o nosso mundo material, e partindo do princípio de que "deus" é puramente espiritual e infinito, deus não pode ser o autor do nosso mundo material (uma substância puramente espiritual só pode dar origem a outras substâncias puramente espirituais, e não materiais). Por outro lado, sendo o nosso mundo material, e utilizando o mesmo argumento, ele terá forçosamente de ter surgido de algo que partilhasse a sua substância material. Daí utilizar-se o termo "grande arquitecto do mundo" para designar um demiurgo delimitando-o cuidadosamente da ideia de deus.

Eu não sei o que será a felicidade, mas parece-me que a ênfase está antes no prazer. O homem busca aquilo que lhe dá prazer, e procura afastar-se daquilo que lhe dá desprazer. Talvez a felicidade seja o estado de completude que se sente quando se cumpre aquilo que nos dá prazer. Portanto, por essa ordem de ideias, a busca pelo prazer vem antes da felicidade, e é antes a essa busca que devemos a nossa atenção.

Ursdens disse...

Sabes, o problema verdadeiro são os patamares do prazer... Os degraus que, uma vez escalados, nunca mais se podem descer... Ou aliás, que se tornam vício... E o desmamanço de qualquer vício é sempre manhoso...

Conheces o Hedonismo?

Achas que leva a lado algum como forma de vida?

Acho que um gajo tem que se limitar à sua condição de humano, só isso... Só assim poderá não perder certos prazeres...

Repara, por exemplo, na pedofilia... Já vem desde o início do mundo, embora só recentemente se fale nela com maior intensidade...

Para mim, não há nem heterosexuais, nem homosexuais, nem pedófilos, nem coisíssima nenhuma... Há pessoas que conseguem ter prazer em degraus inferiores e pessoas que, escalando certos degraus, só conseguem ter prazer em patamares mais "altos", se é que pode haver altivez em coisas desse género... :(

De qualquer forma, abstracciono, porque não quero sequer pensar em subir degraus que me retirem o equilíbrio...

E apenas dou isto como um exemplo.

Cumprimentos! :)