quinta-feira, 29 de maio de 2008

A Quarta Dimensão

1. A quarta dimensão é o tempo.

2. Os seres humanos são seres tridimensionais.

3. A nova espécie de ser humano será aquela que se moverá nas quatro dimensões.

4. Será possível viajar nas quatro dimensões quando o homem for capaz de ver toda a história como um todo.

5. A memória, consciência de que o tempo existe e construção da realidade pela ordenação sequencial dos vários momentos que a compõem, é uma das mais importantes capacidades humanas, e é ela que temos de desenvolver para que possamos atingir novos níveis de consciência.

6. O Buda é aquele que conseguiu ver a história como um todo; como tal, vive já na quarta dimensão.

7. A transmutação alquímica é um método científico utilizado pelo homem para que tome consciência da quarta dimensão.

8. A transmutação alquímica do espírito, devido à própria natureza deste, é mais fácil de conseguir que a transmutação alquímica do corpo.

9. É possível supor que mesmo a transmutação alquímica do corpo seja possível, uma vez que o homem viva na quarta dimensão. Ele poderá viajar seu tempo histórico e adquirir todas as formas tridimensionais pelas quais passou e pelas quais haverá de passar, pois ele contempla toda a história: tudo aquilo que foi, tudo aquilo que é e tudo aquilo que alguma vez será.

2 comentários:

tgv disse...

Buda abriu portas à decadência e atraso civilizacional do Oriente, pelo descrédito que deu ao trabalho e ao esforço físico. Como consequência, na Grécia antiga, também os pensadores, filósofos, sábios foram influenciados pela emergência, ainda que depurada, do ideal asceta, pela ideia de castas, pela mortificação.
A Idade Média foi o resultado.

A plenitude deve consumir-se moderadamente. Plenamente moderada.



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Daniel disse...

Não deixa de ser extremamente curioso o facto de essa tal decadência inicial e subserviência face ao Imperador se ter transformado nestes últimos tempos num sucesso de produtividade capitalista... a sua reverência, como bem diz o nosso Agostinho da Silva, existe sobretudo por causa dessa consciência budista do mundo, em que se procura anular a influência que o eu (o ego) tem na vida de cada um. Já o caso do grego é diferente. O grego procura compreender o mundo questionando-o, tomando uma atitude crítica em relação ao que o rodeia. Mas também é interessante verificar que o ideal asceta existe tanto no brâmane como no filósofo. A ideia de castas é que é mais antiga que isso, já a encontrávamos nos párias do hinduísmo, e não me parece que tenha sido cultivada (na sua acepção mais deformante) pelos contempladores do mundo. A Idade Média foi, quanto muito, o resultado da privação de tanto uns como outros, porque a ideia de castas vem da sedentarização e desenvolvimento social humano e cultural. Os ideais mortificantes que existiram resultaram da visão cristã - os conhecimentos de árabes, hindus, ou mesmo de gregos e romanos, ficaram enclausurados nas abadias, ou foram adaptados à visão cristã tantas vezes catolicizada. A plenitude, seja da maneira que for, e sobretudo da maneira que melhor couber a cada um de nós, deve consumir-se inteira. A moderação resulta da própria tendência oscilante da vida, que dá e tira. Reis diria que só é possível ser-se grande sendo-se inteiro. Para saber viver é preciso saber vadiar e é preciso saber passear. E só quando se contempla o mundo como ele é, quando se contempla a história toda como um todo, se pode ser inteiro.

Inteiramente pleno, sim, primeiro. A moderação é uma consequência natural de um estado de plenitude.



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