sábado, 3 de outubro de 2009

a revolução cultural... masculina

a revolução sexual e cultural das mulheres não podia ficar por aqui. Podemos dizer, com Newton, que toda a acção tem sua reacção, igual e de sentido oposto. Foi o que aconteceu. É o que está a acontecer. Era impossível que, da parte dos homens, não houvesse alguma reacção. O papel da mulher alterou-se, o estatuto da mulher já não é o mesmo. As mulheres são agora mais independentes, têm o seu emprego, continuam a ser mães ou podem agora deixar de o ser, e divorciam-se com muito mais facilidade. Já não há casamentos para a vida inteira, e tantos casamentos desfazem-se em pilhas de divórcios. É a contrapartida natural dos tempos. A sexualidade e a satisfação da mulher vêm agora em primeiro lugar. A mulher quer sentir prazer, quer sentir-se viva, quer sentir-se parte da expressão e da produção cultural humana. A mulher quer concretizar a liberdade que sempre foi dela. Os casamentos dão lugar às uniões de facto, nas quais a relação é o verdadeiro pilar fundamental. A realização pessoal, o amor, a profissão, os filhos, o parceiro, são agora a vida. E o homem de hoje não tem melhor remédio senão adaptar-se a isso.

O homem já não manda em casa, o homem de hoje já não pode mandar em casa. Já não é um ser racional, frio e insensível. Dir-se-ia que, se se pode dizer que se observou uma masculinização da mulher (agora independente, confiante, com uma carreira, solteira, sexualmente disponível, livre), observa-se agora a femininização do homem. O homem toma contacto com a lida da casa, é agora chamado a acompanhar os filhos em todas as tarefas e não mais a ajudar a mulher, mas sim a construir uma relação com ela. O homem moderno preocupa-se com a sua aparência, cuida de si, cuida do seu corpo como foi sempre exigido às mulheres, procura a boa forma física, desenvolve um sentido estético na moda. Acabaram-se as mulheres vistosas para encher o olho aos homens. Acabaram-se os homens cinzentos de fato e gravata. Agora, só a cor faz sentido. O metrossexualismo invade as prateleiras das mentes masculinas. A moda já não conhece barreiras. O sentido estético pessoal passa a marcar verdadeiramente o andamento da moda de todas as estações. Agora os homens também usam malas e acessórios. Estarão as diferenças entre os sexos a dissolver-se a olhos vistos?

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