terça-feira, 9 de setembro de 2008

São interesses de minha investigação:

Na Biologia
- Sociobiologia de Bactérias
- Análise da Simbiose Micróbio-Hospedeiro
- Imunologia de Mucosas

Na Psicologia
- Pedagogia do Adolescente
- Psicologia da Aprendizagem
- Psicologia da Memória
- Psicologia do Inconsciente
- Análise de Métodos Terapêuticos
- Análise e Interpretação de Sonhos

Na Ciência
- Análise do Processo de Descoberta Científica
- Teoria e Prática de uma Pedagogia da Ciência

Na História
- Análise da História e Evolução das Ciências
- Teoria da Evolução do Conhecimento Científico
- Análise da Biografia de Alexander Fleming
- Divulgação da História e Evolução das Ciências

Na Arte
- Teoria e Crítica da Estética

Na Literatura
- Análise da Missão de Pessoa
- História e Evolução da Imaginação Humana

No Pensamento
- A Multiplicidade em Agostinho da Silva

Na Filosofia
- Fenomenologia e Gnoseologia

Na Religião
- Análise Comparada das Religiões
- Teoria e Análise e Interpretação do Símbolo

3 comentários:

ricardo disse...

...sociobiologia de bacterias?...não quererás dizer sociobiologia de células?...ou comunicação celular?
...Porquê imunologia de MUCOSAS?...
...analise de simbiose bacterias-hospedeiro nas mucosas, nunca pensaste nisso?

(...sou de ciências...)

Daniel disse...

O interessantíssimo campo da Sociobiologia (entre a Biologia, a Sociologia e até, direi eu agora, a Etologia e a Psicologia) está a ser investigado de um ponto de vista extremamente interessante pelo senhor Kevin Foster de Harvard. É só googlares que encontras logo. Ele defende que os processos sociais como a cooperação e o altruísmo são pelo menos tão importantes na evolução das espécies como a competição (chamemos-lhe assim) capitalista claramente polarizada em vencedores e vencidos. Por outro lado, existem já alguns investigadores que estão a abrir caminho numa (outra) área recente: os biossensores de quórum (tradução minha a partir do inglês "quorum-sensing mechanisms"). Esta área é uma autêntica sociologia das bactérias (é verdade!!). O que se descobriu já é que as bactérias são capazes de detectar a presença tanto de bactérias da mesma espécie como de bactérias de espécies diferentes; não só são capazes de detectar a presença, mas também discriminam consoante a densidade celular que esteja na sua proximidade; e não só a discriminam como são também capazes de regular a expressão de vários genes em resposta a grandes densidades de indivíduos. O exemplo que está mais bem estudado é o da relação simbiótica entre o choco Euprymna scolopes e as bactérias bioluminescentes da espécie Vibrio fischeri (a investigadora chama-se Bonnie Bassler e é de Princeton). A sociobiologia de células (por exemplo, que fazem parte de um tecido) também me interessa, sobretudo quando inserida na biologia do desenvolvimento (por isso é que escolhi fazer um mestrado nessa área). Esta é realmente uma comunicação entre células.

Em relação à imunologia, aquela que me parece mais interessante é mesmo a das mucosas - não é que não goste de bioquímica, bem pelo contrário; ou que não goste de biologia celular ou histologia, bem pelo contrário... Mas a verdade é que estudar a simbiose micróbios-hospedeiro me parece muito mais interessante (embora seja muito mais complexo, como deves calcular...). Não nos podemos esquecer é que existe simbiose micróbio-hospedeiro, e não só bactéria-hospedeiro (no saco do "micróbio" cabe tudo aquilo que é pequeno: bactérias, fungos, protozoários, vírus de células animais, vírus de bactérias, priões, ...). Uma observação muito simples e evidente, e da qual pouca gente fala, é exactamente em relação a esses micróbios que vivem em contacto com o hospedeiro. Nós estamos continuamente rodeados por bactérias, e a maior parte delas vive dentro de nós, no nosso intestino grosso, e algumas delas são não só benéficas como completamente essenciais à nossa sobrevivência (por exemplo, algumas sintetizam vitaminas que nós não conseguimos produzir, apesar de precisar delas). Mas como é que o nosso organismo, visto que temos um sistema imunitário que dá cabo de uma constipação em três tempos, não as elimina? Só pode haver uma resposta: têm de existir mecanismos que estabeleçam alguma tolerância face à presença de bactérias. Só isso? Bom, a palavra tolerância é provavelmente redutora: existem mecanismos activos que garantem o desenvolvimento dessas comunidades microbianas: não se trata de tolerar ao longe, é algo que está profundamente enraizado na biologia do nosso corpo (e não nos esqueçamos de que quando falamos do nosso corpo estamos a falar do corpo de Primatas, de outros mamíferos, aves, insectos, etc.). Portanto, estas características tiveram de evoluir e tiveram de ser mantidas. Oops! Mas a teoria da selecção natural não dizia que uns morriam e outros viviam? Pois é, a verdade parece ser muito mais do que a maneira como tanta gente a pinta... Repara: os seres vivos (bactérias, animais, plantas, e tudo o que houver para além disso) não vivem isolados, vivem todos em contacto uns com os outros... Esta é toda uma área completamente nova da ciência, e, penso eu, vai revolucionar, e direi mesmo superar, todas as teorias da evolução que foram concebidas até hoje. O futuro está aqui. É por isso que o que vou fazer na tese de mestrado dentro em breve será estudar como é que essas bactérias se distribuem pelo intestino. Se quiseres saber mais, é só perguntares. E se estiveres realmente interessado posso mandar-te um trabalho que fiz para uma cadeira em que falava sobre isso. Tem algumas coisas especializadas para os lados da biologia, mas acho que consegues perceber o essencial mesmo que não sejas da área específica. Que dizes?

ricardo disse...

...não estou com tempo para responder ao teu comentário da forma como gostaria e como devo responder, por isso assim que puder passo por aqui, mas devo dizer-te que acho interessante o teu ponto de vista...confesso que gosto muito de bioqímica, e que certos pormenores bioqímicos são seguramente a chave para as tuas perguntas...infelizmente estou mesmo sem tempo... :s

ps-se tiveres alguma coisa a acrescentar ou quiseres continuar a "discussão" manda-me um email; abraço, r.