quinta-feira, 29 de março de 2007
a única missão verdadeiramente válida não é a elaboração de propostas exequíveis. Devem ser lançadas antes todas as utopias que a que a imaginação consiga aceder. O mundo avança é por aquilo que se sonha, e não por aquilo que se faz. As pessoas avançam por aquilo que sonham, e não por aquilo que fazem. E como o mundo é feito pelas pessoas, só pode avançar por aquilo que se sonha. Na realidade, só se avança fazendo, mas só se faz se já se tiver sonhado muito antes. Por um lado, o sonho voa sempre à frente do fazer, por outro lado não é possível fazer imediatamente tudo aquilo que se sonha, e portanto devemos subordinar o fazer ao sonho, e não o sonho ao fazer. O sonho é que empurra o fazer, e não o contrário. Portanto, não devemos temer qualquer utopia, por mais inacessível que esta nos pareça. Quanto mais inacessível andar a utopia, isto é, quanto mais longe for a utopia, e quanto mais fugir ao fazer, mais o fazer se quererá unir a ela. Há uma qualquer atracção irresistível, força gravítica, curva no espaço-tempo ou interacção electromagnética que puxa o fazer para ao pé do sonho. E como uma corda elástica que se estende até não poder mais, assim o sonho põe à prova o fazer apenas para que este se lhe junte mais depressa. Quanto maior o fluxo, maior o refluxo; quanto maior a distância, maior a proximidade. A genialidade é possuir uma mola tão grande e tão forte que, mal nasce o sonho, tenha vindo ele de onde for, logo o fazer a ele se junta. E, posto isto, está a evolução do mundo explicada.
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