sexta-feira, 20 de abril de 2007

vamos matar a poesia!
asfixiá-la com sabor a erudição,
violá-la antes que amadureça,
metê-la na prisão para crianças,
comê-la com açúcar a escorrer pelas fossas nasais,
excretá-la com fibras intratadas regurgitando-las inteiras,
esquecê-la com as grandes frases feitas de álcool evolado aos céus,
empurrá-la para o cubículo da existência mecânica e formigueira,
sorrir e rir muito, e dizer que está tudo como o sol
e que não podia ser de outra maneira
porque essa é que é a verdadeira
a maneira de mentir a veia
que dá vida à nossa
essência

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