O século XX viu nasceu as mais poderosas e dissimuladas ditaduras que alguma vez já foram concebidas. Primeiro, quando a informação não estava acessível a grande parte da população, o mote era esconder, quer em abadias ou em conventos, em universidades ou em mosteiros, o que quer que fosse cultura grega ou romana, árabe ou herege. Mas a imprensa de Gutenberg e todas essas maquinarias que se engendraram vieram trocar as voltar aos pequenos ditadores que nelas se vinham firmando. Para a sua sorte desenvolveu-se então a economia capitalista, tão anglo-saxónica que ela era, tão aprumada e tão proveitosa para ser correctamente utilizada para dominar uns roubando outros. Ainda tentaram derrubá-la, sem sucesso porém, porque a substituíam por uma ditadura ainda pior que a primeira, que era a da total centralização comunista dos poderes na figura do Estado, essa coisa que não é ninguém e está presente em cada um, o bode expiatório da ditadura colectiva, da ditadura do Insecto Colectivo, como tão bem lhe chama o nosso grande colaborador mental Drummond. Pois bem, mas agora não há quem segure a informação, cada vez mais ela se nos escapa das mãos, há televisões por todo o lado, há jornais que nunca mais acabam, há mesmo jornais gratuitos cujo conteúdo nos quer entrar pelos olhos adentro e ensebar o cérebro, há rádios e telefonias, há todas as conversas-de-café que se ouvem, e agora há também a internet. A saturação de informação chegou ao seu auge. A ditadura agora não pode ser feita pela ausência ou pela privação de informação, vamos antes correr para o contrário, que entre um e outro as pessoas pensam e o mundo avança, e tudo o que nós, os pequenos ditadores, queremos é fazer com que as pessoas parem de pensar. Ora esse golpe de génio fez com que se chegasse à conclusão, e nem foi preciso pensar muito, de que faz tanto mal a informação que não se dá quando se deveria fornecer quanto a informação que se dá em demasia, é que o nosso cérebro tem uma capacidade limitada para a processar, e portanto não consegue acompanhar tanto estímulo epiléptico, tanta luz e tanta cor, tanto barulho, tanto movimento e tanta mágoa, tanta indiferença, tanto esconde-esconde. Então somos hoje em dia afogados com informação, e informação do mais inútil que há. Casos de Maddies ou Madalenas Arrependidas não faltam para abrilhantar os nossos serões, especialmente se são os da TVI, que nunca esteve tão bem como agora, ou Floribelas Chiques ou Enchiquitadas para nos dar uns achaques de ignorância. Vamos lá cultivar o saber e decorar quantos milhares de milhões de mortos se matam nos outros países, por exemplo nesses países hediondos que são os incivilizados, os Iraques e os Irões, onde debaixo de cada grão de areia se escondem trinta mil mísseis nucleares, e quem sabe lojas dos chineses, afinal eles andam por todo o lado. Nada disso, vamos antes ver os Big Brothers e os Sonhos Americanados, Sonho de América Danada ou de Amerdicanos Amaricados, Sonhos freudianos, com certeza, cheios de libido e pornografia, e se for infantil, religiosa, extremamente pia, melhor ainda, comemos e ficamos que nem um abade. Vamos lá empurrar Constituições e Tratados e Documentos e Assinaturas e Rectificações e Emendas e empurrões para trocar as voltas ao que já está ou ao que devia estar, vamos lá deturpar imagens e passar cassetes erradas, trocar umas caras aqui e ali umas palavras, dar o aspecto de que a coisa é de brandos costumes e que está tudo bem, quando ninguém pode mais com este sítio e com estes zés-ninguém. Façamos tudo para que todos fiquem a saber que más que são as ditaduras comunistas, assim ao menos poderemos fazer com que as pessoas deixem de pensar na porcaria que são as tão pretensiosamente chamadas democracias capitalistas, capitalizáveis até ao tutano, cheias de interesses petrolíferos e de contas por pagar, de BMW's e viagens fantasma, de putedo e de pedofilia, cheias de merda até às bordas do cu, e já de merda a vomitar:
Em Portugal existiram nos últimos tempos duas ditaduras: a ditadura de Salazar, que mal foi aguentada, enquanto se pôde, por Marcello Caetano, e a ditadura europeia. Já chega de nos quererem impingir Tratados Da Facilidade e Cartões De Identificação para controlo demográfico e eliminação da sublevação criativa, já chega de nos fazer tomar por parvos, já chega de nos quererem impingir informações erradas, imprecisas ou deturpadas, já chega, já chega, e já chega uma vez mais, e outra, e outra, e outra, caramba!, já chega!, já estamos fartos deste carrossel de mentiras e de ladainhas populistas, já estamos fartos desta imberbe indecisão política, destas medidas economicistas para cadáveres saldarem as dívidas que contraíram há muito, temos que obrigá-los, a eles, e só a eles, a pagá-las todas, nem que para isso tenham que vender um olho, nem que para isso tenham que dar o olho do cu, e mais dez tostões, aqui o euro não vale nada, essa moeda mesquinha de Europa raptada por Zeus, de pernas abertas para todo o comboio europeu da foleirice, e se não nos levantamos contra esta corja, se não lhes damos uns belos tabefes naquelas bochechas descaídas, se não nos descontentamos, se não vamos à luta, se não gritamos aos ouvidos daqueles que não nos ouvem, se não nos mexemos, se não barafustamos, se não arrancamos cabelos à sua falta de imaginação, se não puxamos pela corda da alma, que é infinita, se não lhes lançamos o riso do descrédito, se não lhes cuspimos em cima no antro da ignorância em que se escondem, se não fazemos já isso sem demora, e já significa neste momento, no agora, então estamos a deixar que nos vendam a todos como os escravos que vinham de África, estamos aqui a deixar-nos existir em vez de ser, estamos aqui que nem marionetas a ser manipulados por balofos de charuto cubano em punho, estamos aqui a ser uma corja que em nada se distingue dessa outra manipulação horrenda, dessa história de terror, dessa pedofilia para crianças e gente adulta, dessa falsa piedade devassa, dessa perversão sexual projectada em nós:
HÁ JÁ MUITO TEMPO QUE NOS CONTENTAMOS COM O DIZER SIM A TUDO O QUE NOS IMPINGEM, MAS ESSE TEMPO JÁ TEM OS DIAS CONTADOS, POR ISSO VAMOS, PARA ALÉM DE APRENDER A DIZER NÃO, DIZER NÃO, NÃO E NÃO, E NÃO OUTRA VEZ A TODAS AS BARBARIDADES E A TODOS OS IMPROPÉRIOS QUE LANÇAM PARA CIMA DE NÓS, CHEGA!, CHEGA!, CHEGA!, IRRA, VÃO PARA O INFERNO QUE CRIARAM NO MUNDO, E NUNCA MAIS VOLTEM QUE NINGUÉM VOS ATURA OU QUER SABER DE VOCÊS, DEIXEM A CARCAÇA QUE JÁ ESTÃO MORTOS HÁ MUITO TEMPO, SEJAM DE UMA VEZ POR TODAS O PÓ QUE SEMPRE FORAM, FORA, FORA, FORA DAQUI JÁ!
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