terça-feira, 4 de setembro de 2007
Matar a Morte antes que ela nos mate a nós
Na verdade não é a morte que mata mais, é o medo da morte que nos mata - e convém dizer que não fazemos a mínima ideia do que é realmente a morte. O que apenas sabemos é a maneira como se tratam e, enfim, como tratamos nos tempos que correm os mais velhos. De acordo com preceitos capitalistas, se não dão rendimento então não prestam. E talvez seja mais por isso que por outra coisa que há tanto medo - da velhice, da morte, de deixar de ter consciência no que quer que seja. Mas é claro que isso não é nada assim. A morte só nos vence se nós deixarmos que ela nos vença. Ou, melhor dizendo, o medo. Se o nosso espírito (seja lá o que isso for) for sempre jovem, não há medo ou morte que resistam. Agostinho da Silva não morreu gagá. Nem Mário Cesariny. E nem Baptista Bastos se mostra assim, nem sequer o Luiz Pacheco, mesmo estando internado numa horrível casa de velhos. A velhice, a juventude, são tudo coisas inventadas pela cabeça que pensa. A verdade, essa, é sempre outra.
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