sábado, 8 de setembro de 2007
a única realidade nesta vida em que nada é real é que os outros vão morrer, e nós vamos morrer, aquilo que ganhámos vamos perder, aquilo que conquistámos vai-se partir em mil pedaços, as amizades que laçámos vamos desenlaçar, vamos engolir o mundo ou então ele vai engolir-nos a nós, e no fim não restará nada, nem sequer o pó e as cinzas de que somos feitos, e nós vamos sorrir, ignorantes, como se não passasse tudo de um sonho e nunca tivéssemos feito mais do que tentar trepar um muro que é demasiado alto, tentado alcançar o céu que é imenso, tentar sentir um sentimento que nos atropela, tentado ser aquilo que quiséramos e que ao qual nunca chegáramos a tocar, porventura só nos sonhos dos sonhos dos sonhos passados.
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