domingo, 9 de setembro de 2007

o troféu que ofereço à humanidade todos os dias é o troféu do desconhecimento:
é o poderem ver-me e apenas me olharem,
é o poderem sentir-me e apenas me usarem,
é o poderem estar comigo e apenas estarem a meu lado,
é o poderem respeitar-me e apenas me espezinharem,
é o poderem ter de mim tudo e apenas não quererem nada,
é o poderem ser-me verdadeiros e apenas me mentirem,
é o poderem dar valor a quem o tem e apenas cuspirem para o lado,
é o poderem subir um degrau e quererem descer dois, e ainda arrastar os outros consigo.
pois muito bem.
é isso que quereis, é isso que tendes.
e quando num dia sem noite e numa noite sem dia
o fogo da brevidade vos consumir lentamente e de uma vez só
aí vereis o que semeastes
comereis o pão que vós próprios amassastes
e havereis de vomitar o seu sabor amargo de cinza
e o travo da morte não vos deixará a boca
não o digo com convicção ou sem ela, apenas vejo
e sinto
o inferno que escolhestes foi aquilo em que vos tornastes.

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