sábado, 27 de janeiro de 2007

estamos numa era em que os problemas se acumulam não pela informação que chega às pessoas, mas sim pela desinformação. A evolução e dispersão dos meios tecnológicos chegou a um tal ponto em que cada um pode saber o que se passa no outro lado do mundo em instantes. E foi pelo efeito, ou pela cura, que surgiu nova doença: a informação é tanta, que se torna desinformante. Passa a promover a confusão, e não o esclarecimento. Está então visto que o próximo passo não será fazer chegar a todos a informação, esta já chega, e em demasia. Não se tem é controlo sobre a qualidade da informação que é dispersa.

A tarefa do presente é depurar a informação que é dispersa, porque existe informação a mais. O que circula é tanto bom, quanto mau, e portanto há tanta informação como desinformação. Se queremos evoluir como seres informados, temos que passar a informação a um nível totalmente diferente. E isso faz-se pela cultura.

A cultura é um tema central do mundo em que vivemos. Está nela o verdadeiro problema. Porque sem a cultura não é possível distinguir o que é informação do que é desinformação. A cultura dá-nos bases, sólidas, a partir das quais podemos construir a nossa informação.

A tarefa que temos que empreender para dar cultura às pessoas passa pela educação. Uma boa educação consiste na transmissão da cultura, a única informação verdadeira, que permite estabelecer o que é real, e o que não é.

Por enquanto, ainda vamos tendo uma educação medíocre, que não faz uso da nossa capacidade de entendimento, pensamento crítico e sentido da percepção do fenómeno, da sensação, que é a coisa mais real que podemos ver. É preciso dar a volta a este sistema, e, portanto, o que é preciso é apresentar a cultura de uma forma que ela possa ser aprendida, e não apenas repetida, decorada ou automatizada. Para isso já existem máquinas suficientemente capazes. O que é preciso é dar relevo à subjectividade que nasce da individualidade, ao potencial pelo acto, e à palavra pela acção. É preciso dar as condições necessárias para que qualquer pessoa, seja ela quem for, possa ter o prazer de se expressar da maneira que mais conveniente lhe for, para que ela própria possa ser capaz de fazer cultura, e assim multiplicar a cultura que já existe. A única maneira de fazer isso é criando.

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