domingo, 28 de janeiro de 2007
o teatro verdadeiro que existe e que se faz é o pai de três conhecimentos metafisicamente essenciais. O primeiro, mais próximo de nós, é aquele que podemos ter ao conhecer os nossos sentimentos, o jogo das sensações em que estamos imersos e com o qual nos habituamos a lidar em nós, no dia-a-dia. E porque, para nós, como tudo o resto, somos apenas sensações, é-nos muito útil este tipo de conhecimento, especialmente no que toca o saber quem somos e o modo como lidamos com as nossas sensações. O segundo, o que nos ultrapassa, é aquele a partir do qual podemos aprender a ler as pessoas, sabendo quais as sensações que elas sentem, e assim familiarizarmo-nos com o seu discurso emotivo, ou o mais abrangente, o sensacional. A adaptação a alguém torna-se assim facilitada, já que ganhamos a percepção mais abrangente que nos permite comunicar de forma mais efectiva, isto é, de uma forma que seja o mais perceptível para a nossa interlocutora. O terceiro, e talvez o mais importante de todos, é o que transcende os dois primeiros, já que a sua natureza é essencialmente transcendente: o conhecimento, ou direi sensação, já que nada temos mais que isso, de exteriorização da sensação e da sua catarse, que nos permite reciclar as sensações antigas e transmutá-las em novas, assim como, e este é o ponto importante, transmutar as sensações más em boas, e portanto aprender algo com aquilo que se sente. Toda a nossa evolução depende disso: uma reciclagem sensacional, ou quando a sensação é mais forte, emocional. E é por isso que aconselho a fazer teatro.
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