segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

foi graças à internet que tomei consciência da interdependência entre os seres humanos. Eu posso ter estes amigos, que conheço, e cada um deles terá, por sua vez, outros amigos que conhece, e esses amigos dos meus amigos terão outros amigos, e toda a cadeia da amizade cresce cada vez mais em progressão geométrica.

até que houve um dia em que tomei consciência de uma evidência avassaladora que subverte toda esta matemática. Acontece que conhecia uma pessoa que era amiga de outra pessoa que inicialmente não conhecia, mas que depois passei a conhecer, estabelecendo, assim, um círculo de amizade, ou um polígono, irregular e único, como todo o conjunto de ligações. E quando reflecti no assunto, foi fácil constatar que isso pode muito bem ser assim com toda a gente, e até pode ser assim sem que muitos disso estejam cientes, que afinal não nos conhecemos apenas em progressão geométrica, mas também por elos em cadeias, que se vão entrelaçando umas nas outras, como uma cota de malha, mas só que esta se estende em todas as direcções do espaço (e provavelmente do tempo), formando uma equação tão complexa que nem a matemática a consegue descrever.

talvez, dada a perfeição dos elos e das cadeias, dada a progressão ser geométrica, dada toda a combinatória associada, vista de cima, esta reunião de conjuntos, com todas as suas demais intersecções, deva formar uma grande superfície esférica, coroa da própria esfera maciça que é a humanidade, cadeia de cadeias, e ela própria um elo de perfeição na construção dos elos que nos unem..

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