segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

um dos grandes problemas das pessoas é não terem tido umas bases de pedagogia. Ou melhor, é não terem aprendido a comunicar. Comunicar é tão essencial como respirar. Se não sabemos comunicar connosco próprios, então como compreendemos o que nos vai dentro? Se não sabemos comunicar com os outros, então como podemos fazer com que os outros compreendam as nossas sensações interiores?

a nossa língua tem aqui um papel muito importante. Porque é um meio extremamente difundido de comunicar. Assim, todo o bom comunicador deve começar por estudar uma língua, de preferência a sua, que é aquela com a qual tem contacto mais directo, para aprender a comunicar. Quem sabe se os problemas de Portugal não residem todos numa aguda preguiça ou desconhecimento linguísticos?

2 comentários:

Anónimo disse...

Parte dos problemas reside na incapacidade das pessoas saberem exprimir-se. Não sabem porque não lêem, nem lêem porque não sabem. As pescadinhas de rabo na boca são inúmeras.
E há a religião (a velha e a nova, ou melhor dito, as novas) que controlou durante tanto tempo o pensamento das pessoas, e fez com que as levasse a estados de espírito penitenciais inimizando-as com o mundo e a carne e o tal paquito. E existem as taras genéticas (iiih vão-me cair os democratas em cima) óbvias de sucessivas gerações de alcóolicos, além de descendentes de crónica e paupérrima gente unicamente preocupada em manduca prática e queca rápida.

Acresce ainda o facto das estreitas e acanhadas dimensões de um pequeno território que o fataliza como província, empapado de insularidade até à medula. E o sentimento paralítico de periferia cultivado em grandes caldos de sentimento de inferioridade reciclado que precisa de opções monumentais para se superar. O V Império, uma nebulosa de mitos poeirentos e arcaicos, o tal Portugal astral, fatidicamente desnecessário e só coisa etérea.

Ainda a praga do fado, dos touros, da caça - apesar de tanto incêndio ainda se caça neste infame rectângulo. E resta acrescentar a convulsão meningea de Fátima, o neurotico patriarca, as testemunhas de Jeová aos pares com os seus fatinhos baratos, e a ditadura proletarizante do futebol-para-todos. Ah, e uns salpicos de impotência masculina galopante, cerca de um milhão de portugueses sexualmente são sub-funcionais, e de portuguesas idem.

Isto está lindo. Tirem-ne daqui! Nada se safa. Don't show me the light!

Daniel disse...

um dia, a professora de Português que me deu aulas no secundário disse qualquer coisa como: 'toda a gente diz que 'eles não sabem nada, eles não sabem nada'. Isso já é mau. Mas, caramba, se ainda não sabem, ensina-se-lhe agora, e pelo menos a partir daqui já sabem'. Se calhar o problema também está aqui. Ou como diria Fernando Pessoa, Mestre é aquele que tem realmente algo para ensinar. E tinha razão.

Temos um rectangulozinho coeso de história e cultura, e queremos importar, e pagar, gatos franchinotes e anglo-saxónicos que vêm por lebres? Esqueçamos o barulho que faz todo esse choque tecnológico, e vamos mas é dar a Portugal o lugar que ele merece, que sempre teve e tem, e que tantos querem à viva força enlatar para depois vender no mercado global.

E, mais a mais, testemunhas de Jeová (será que alguma já testemunhou alguma coisa, ou encontrou testemunha de algo?) há em todo o lado.

De resto, obrigado pelo comentário, e espero que use sempre do motio mas nunca saia do seu locus.