domingo, 4 de novembro de 2007

aos dezoito anos começa a falsa maioridade. Maior em quê não sei. E hoje em dia com toda essa estupidificação que para aí anda, com a simplificação dos currículos escolares, especialmente o de português, com a matematização até daquilo que não pode ser matematizado, fica apenas poeira, e da grossa. Aos vinte e um anos começa a verdadeira maioridade. Pelo andar da carruagem em que vamos daqui a uns tantos anos passam a ser os vinte e um a falsa maioridade, já nem a faculdade escapa à estupidificação emanante das profundezas da ignorância. E depois serão os vinte de quatro a verdadeira maioridade, ninguém terá dinheiro para sair de casa dos pais, os únicos que estarão mais ou menos, dos velhos já ninguém quer saber, dos novos ninguém lhes abre portas, só fechando mais do que abrindo se ganha alguma coisa de coisa nenhuma. A esperança de vida, expressão curiosa, tenho a esperança, digo, espero que viva estes ou aqueles anos, mas que sabemos nós, sei lá eu, nem tu, nem eu, nem ninguém, ninguém sabe o que aconteceu quanto mais o que vai acontecer, mas uma coisa será certa, os velhos vão passar a mais velhos ainda, os novos vão ficar mais novos e imberbes e impacientes, e os do meio, que já andam afundados nas lides da exploração do povo pelo estado, vão ficar ainda mais atolados, e vergar-se ainda mais. Tal é a vida e o nosso destino de imitadores do estrangeiro.

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