para mim os vivos são os livros em que me vou desfolhando,
meus companheiros os poetas mortos em batalhas de causas perdidas.
Para aqueles que me dizem vivos e me vão apontando
semeio-lhes neles sepulturas de pedra e lajes partidas...
por entre o negro da noite e o frio do cemitério
caminho descalço, lavado o pranto, de gosto,
desgosto ou mistério, entranho encanto,
estranho-me de dia e acordo de novo velho.
erro aqui e além, como fantasma
agarrando o abismo e o ar que falta
por entre as horas o momento pasma
e o sossego, apertado silêncio, salta.
nascer morrer, viver é nada
um fumo de transição,
uma curva da estrada,
a noite guia-me
pela mão.
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