sábado, 10 de novembro de 2007

And now, for something completely different

Um tributo mais que merecido a todas as canções pop americanas que têm tanto sucesso além-fronteiras (será que é porque as pessoas não percebem nada do que elas dizem?)


Rihanna - "Umbrella"

Tu foste o dono do meu coração
[mantêm-se as relações de escravo e senhor, e não admira... a Rihanna é preta. Vem até mesmo a calhar, se fosse na Roma Antiga os dezanove anos dela eram já idade ideal para emprenhar e parir filhos]
Nunca estaremos em mundos diferentes
[e isso é que me assusta, perpetua-se a inacção e a estagnação, o mundo nunca muda, permanece sempre o mesmo]
Talvez em revistas
[que agradável quadro este, sobretudo se pensarmos na "Maria"]
Mas tu ainda serás a minha estrela
[estrela cadente, só pode: quanto mais alto eles sobem maior é depois a queda]
Baby, [bebé lembra mesmo pornografia infantil] porque na escuridão
Tu não podes ver carros reluzentes
[mas que pena! nem podes ver os videoclips de outros pretos cheios de ouro até aos dentes com gajas nuas/semi-nuas a abanarem os abonos de família]
É quando tu precisas de mim ali
[portanto só quando é preciso, ora aqui temos um caso típico de dependência]
Contigo eu sempre partilharei
[contigo e talvez não só, é a prostituição do ser em plena acção]
Porque
[será mesmo preciso explicar mais alguma coisa?! Nós já percebemos tudo...]

Quando o sol brilha
Nós brilhamos os dois
[isso só faz lembrar paparazzis, luzes da ribalta, cultos big brotherianos a coisas postiças e que não têm existência própria]
Disse-te que estaria aqui para sempre
[abre os olhos, amiga, tudo é impermanente! Quando um dia souberes o futuro fazes mais pela vida se começares a ler a sina]
Disse-te que seria sempre tua amiga
[também eu e já deixei de falar a umas quantas pessoas... e qualquer dia os dedos da mão não chegam para as contar!]
Então vem daí para fora e cola-te a mim até ao fim
[cá está, a constatação de que se trata realmente de uma relação baseada na dependência, como qualquer resposta a uma droga]
Agora que está chovendo mais do que nunca
[olhem aí os sinais do Grande Cataclismo, vem aí o fim do mundo, o Inimigo Muçulmano está mesmo prestes a cair sobre vós, tenham medo, protejam-se, desconfiem de todos!]
Fica sabendo que nós ainda nos teremos um ao outro
[o verdadeiro culto ao ter, não há nenhum vestígio do ser]
Podes ficar debaixo da minha sombrinha
[há quem prefira guarda-chuva]
Podes ficar debaixo da minha sombrinha
(inha inha, a a a)
Debaixo da minha sombrinha
(inha inha, a a a)
Debaixo da minha sombrinha
(inha inha, a a a)
Debaixo da minha sombrinha
(inha inha, a a a)
[de facto, ficar à sombra de alguém não abona muito a favor da pessoa... ficar à sombra da bananeira, ficar na sombra de alguém, no fundo, permanecer submisso àquilo que os governos ditam, ser bem-comportado, obediente, como um autómato perfeito]

Porque tudo
Nunca se virá meter no meio
[pois não, com o cu num sofá a ver televisão e a ser hipnotizado pelas políticas conservadoras Bush e pela Igreja Evangélica alimentando-se de lixo MacDonaldiano de certeza que não acontecerá nada de mal, e mesmo que aconteça ninguém dará por isso]
Tu és uma parte da minha entity
[por que carga d'água se entitula ela de entidade? Para isso era preciso que ela fosse alguma coisa, não é verdade?]
Aqui e para a eternidade
[agora esta já conhece o futuro e tudo, é o que eu digo: vai para cartomante, ou para cheiromante, que te safas melhor. Tem é cuidado, não te façam eles uma makumba das grandes...]
Quando a guerra tiver feito a sua parte
[mensagem de rodapé: vamos deixar a guerra lá no seu sítio, bem longe de nós, não temos nada a ver, desliguemo-nos da guerra, os governantes que o decidam]
Quando o mundo tiver jogado a sua carta
[deixa o mundo jogar as cartas todas, permanece impávido e sereno como um sereno estúpido mortificado]
Se a mão for pesada
[mas ainda restam dúvidas?!]
Juntos nós iremos medi-lo
[esta tendência ocidental de medir tudo o que lhes aparece à frente... mesmo que não faça sentido medir uma coisa que se ignora]
Porque

[mais do mesmo]
Quando o sol brilha
Nós brilhamos os dois
Disse-te que estaria aqui para sempre
Disse-te que seria sempre tua amiga
Então vem daí para fora e cola-te a mim até ao fim
Agora que está chovendo mais do que nunca
Fica sabendo que nós ainda nos teremos um ao outro
[estas palavras lidas assim todas de repente até me dão arrepios]
Podes ficar debaixo do meu guarda-chuva
[vamos ver se fica melhor]
Podes ficar debaixo do meu guarda-chuva
(uva uva, a a a)
Debaixo do meu guarda-chuva
(uva uva, a a a)
Debaixo do meu guarda-chuva
(uva uva, a a a)
Debaixo do meu guarda-chuva
(uva uva, a a a)
[conclusão: não, não fica melhor. Mas como tem fruta é mais saudável]


A exegese de todos os produtos culturais de uma dada cultura é essencial para chegar até ao seu verdadeiro significado.

2 comentários:

player1331 disse...

brutal...

tenho dores de barriga de tanto rir
[me limpa uma lágrima do canto do olho]

brilhante...

senão te importares irei divulgar este post...

Daniel disse...

podes divulgar tudo o que quiseres, contanto que cites cuidadosa e cientificamente as tuas fontes primárias - é que os meus escritos têm que ser por aí disseminados para ver se ganho argumentos para que mos publiquem depois. Beijinho.