quarta-feira, 22 de agosto de 2007
O que é a arte?
O que é a arte? Ultimamente tenho andado às voltas com esta pergunta. Será que é arte aquela sucata que vemos exposta num museu qualquer? É claro que não. A verdadeira arte é algo único, é algo completo porque tem um sentido. A arte enquanto prazer puramente estético não é nada. Se não existe profundidade, então ela é fútil e bem pode ser queimada. O que é importante na arte é o facto de ela transportar uma mensagem, de estar lá por um motivo. De ter um objectivo. De não ser estéril. De ser uma ocupação válida de alguém. De valer os subsídios que (ainda) lhe pagam. Para que servem os poetas, os escritores e os artistas senão para papar subsídios ao governo? Todo o artista é uma sanguessuga do governo em que se encontra. Mas é preciso ir mais longe que isso. Esse esforço, esse empenho, esse dinheiro, têm que ser justificados! Criar algo é fazer algo novo, algo que nunca ninguém fez, algo que acrescenta à vida mais do que o que ela já tem, que faz as pessoas verem o mundo de outra forma, que faz as pessoas sentirem-se inspiradas e criar também... Isso sim é que é criar. Isso sim é que é ser artista. O resto é só paisagem. O resto é publicidade a meio de um filme, quando o que interessa é o filme que estamos a vendo e não os produtos que nos tentam vender. Ser artista é dar sem querer vender, e vender como quem dá. Outra coisa é ser um autêntico chupista. Porque é que é importante haver pintores, e escritores, e escultores, e fotógrafos, e todo o tipo de artistas? Porque são eles que fazem andar o mundo. O mundo avança pelas ideias, e só é possível avançar se houver ideias novas que superem as velhas. Por isso é preciso haver artistas. Para se poder andar para a frente, e andar para a frente é sonhar. O mundo é a única coisa que existe que está assente nas nuvens, e não em ferro ou madeira ou aço. Todas as descobertas, todos os avanços, tudo o que nós temos hoje se deve aos artistas, porque foi o facto de terem sonhado e de terem mostrado aos outros o que era o sonho e o que podiam fazer para concretizá-lo que que fez com que chegássemos onde chegámos. O mundo não é feito pelas pessoas, o mundo é feito pelos poetas. E aqueles raros que conseguem passar de poeta a poema passam a ser o próprio mundo, que é a maior honra e a maior bênção que um poeta pode ser.
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