sábado, 25 de agosto de 2007

simplesmente antónio


Teu nome António

Só aqui é bem chamado

Lá fora nunca foste António

Lá fora és sempre deturpado


Teu nome António

Só aqui é verdadeiro

Porque ficas cá António

Lá fora és sempre estrangeiro


Falar de mim é só pretexto

P'ra me ouvires a cantar

Falar de mim é só pretexto

P'ra me ouvires a cantar

Sempre tive esse defeito

De nunca me lamentar

Quando o mal já está feito

Porque havemos de lembrar


Teu nome António

Teu nome António


Não peças histórias como a tua

Não te quero repetir

Não peças histórias como a tua

Não te quero repetir

Sou como uma criança nua

Que ainda sabe sorrir

E a verdade nua e crua

Não é a mim que a vais ouvir


Teu nome António

Só aqui é bem chamado

Lá fora nunca foste António

Lá fora és sempre deturpado


Teu nome António

Só aqui é verdadeiro

Porque não ficas cá António

Lá fora és sempre estrangeiro


Talvez a voz com que me ouves

Me esteja a atraiçoar

Talvez a voz com que me ouves

Me esteja a atraiçoar

Não penses que me comoves

Porque eu quero é cantar

Não penses que me comoves

Porque eu quero é cantar


Teu nome António

Teu nome António

Teu nome António

Teu nome António


Ver o passado com os meus olhos

É filme que gosto de ver

É um desfilar de sonhos

Que me fazem esquecer

É um desfilar de sonhos

Que me fazem esquecer

1 comentário:

Alexandre Martins disse...

Poesia tão simples mas incrívelmente genial, introspectiva e profunda.

Obrigado, António, teu nome que só aqui é verdadeiro