sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

amo-te, flor

amo-te flor, por seres quem és
e não por ser eu quem sou
mas como posso eu fazer isso
se és para mim uma sensação obscura
que não conheço e vou sentindo?

amo-te rio, por correres sempre
e não por estares parado
mas só estando parado se nota a corrente
que corre sempre, sempre, sempre
correndo para lado diferente

amo-te assim sem saber porquê
o mundo é apenas mistério aos olhos
desflorando só se nossos folhos
os folhos que vou criando
em mim, com amor

mas se a página amarela ao lado
se a bainha saltar no fio apertado
como posso conhecer ou amar-te
posso apenas achar que vou achar-te
mais que isso é o nada fechado

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