quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

porque não fazer um boicote à capitalização de feriados e efemérides comemorativas? Neste momento, o Natal, o Dia dos Namorados, a Páscoa, e tantos outros, são mais uma propaganda publicitária massiva e uma mensagem subliminar capitalista. Assistimos impávidos e serenos à concreta materialização daquilo que pode e daquilo que não pode ser materializado, e somos parte integrante desse sistema do efémero, a dança das modas, que está naturalmente, por inexistência substancial aguda, votado ao esquecimento. Faz lembrar a atitude de Gandhi perante a imposição dos produtos ingleses à Índia: começar a tecer a sua própria roupa. E que bela ideia esta - fazer com as nossas próprias mãos o que nós queremos ser, procurar em nós o material, físico ou metafísico, para construir a nossa casa, para tecer a nossa alma, para mostrar ao mundo que toda a roupa que cada um faz é diferente e original, e que não pode ser comparada com nenhuma outra, porque não existe nenhum referencial ou termo comparativo. São as grandes coisas que nos unem, e a constatação da avassaladora unicidade que reside em cada um de nós é algo tão grande como o próprio universo.

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