sábado, 24 de fevereiro de 2007

diz a mãe tão indiferente
efémero dia sem desgosto
diz o pai trabalhar é gente
do nascer ao sol posto

mil morrem nestas ruas
outros mil já o estão
dos mil que a doença traga
outros mil se seguirão

passa o dia e passa bem
passa mal quando calha
ninguém sabe o que é sem
ter tempo para a tralha

mas o sol sempre brilha
e o estertor ainda é vida
os outros que façam fita
que não conheço despedida

tempo voa contra nós
aquele que relógio conta
fabricado é ele por vós
ninguém sabe como' monta

mas em vez de televisão
e mais longo que entrudo
é olhar para o presente
com olhos de futuro

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