quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
a razão pela qual os currículos escolares são tão extensos é simples: para impedir as pessoas que os estudam de pensar por si próprias. Os estudantes são treinados para serem soldados de uma guerra que já ninguém se lembra como começou, e muito menos porque dura ainda. Acontece que esta guerra que nos andam a querer fazer travar nunca começou, nem tão-pouco terminou, em suma, nunca existiu, a não ser na nossa cabeça. Toda a aprendizagem que treinar jovens para serem soldados está condenada à partida porque os estará preparando para algo que já não há, o mundo já não anda em guerra há muito, e se ainda subsistem alguns parcos resquícios dela, são insignificantes ao ponto de poderem ser ignorados. É tempo de desmobilizar tropas, despir a farda, evitar a bala perdida e o corpo que apodrece para podermos ver o mundo e ser o mundo por inteiro com as roupas que nos são próprias. Chegou ao fim o tempo de sermos soldados de coisa nenhuma, já não há ordens que possamos acatar, e já não há ninguém que nos possa dar ordens. A única ordem que existe é a que nasce e vive na desordem total e única de cada um. E é essa a ordem de que o mundo precisa.
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