terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
talvez tenha o português em si tanto que não consegue lidar com isso, e portanto daí a frequente incapacidade de se pôr em prática aquilo que se quer. Mas se o problema é lidar com o que existe, e com o que se é, há certamente quem o consiga fazer, tanto mais porque é a nossa cultura riquíssima, para onde quer que olhemos. Se o português se enfastia deverá ser porque sabe que já o D. Afonso Henriques e o D. Dinis tinham feito isso, ou se o não fizeram, o pensaram. Para quem vê tudo como um todo, será naturalmente difícil nomear o inominável ou explicar o incompreensível. Mas quando se trata de fazer, aí, o português faz. E tanto mais depressa e melhor quanto menos pensa e mais age. É difícil compreender algo imprevisível, mas o português compreende fazendo. É essa a beleza de ser português.
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