quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

aquilo que Leonardo Da Vinci fez quando procurou conhecer o mundo é algo muito interessante, e um óptimo caminho para conhecer. Partindo da natureza, isto é, tendo como ponto de começo a análise das partes que compõem a natureza, procura-se chegar às leis pelas quais o nosso mundo vive. Mas, por outro lado, também temos que dar razão aos psicólogos da gestalt, visto que o que percepcionamos não é apenas uma soma de partes coladas com fita-cola, mas antes um todo organizado, que é uma dimensão que supera toda a soma ou qualquer uma das partes individuais. Então o melhor que haveria a fazer era juntar estas duas perspectivas: começar pela apreensão do geral, visualizá-lo bem e senti-lo, e depois então partir para a análise, para a particularização, para a decomposição física, até que não se possa mais decompor. Aí, uma vez analisado o fragmento, juntar os pedaços a pouco e pouco, e tentar ver que interacções se estabelecem entre uns e outros. Mas quando o número de pedaços juntos for já suficientemente grande, e impossível a nossa capacidade de discernir qual é causa e qual é efeito, voltamos de novo para o todo, e é no todo que vão sobressaindo as características que observámos nas partes, umas mais à direita, outras mais à esquerda do que prevíramos, é certo, mas anda lá um sopro delas, que é colhido por essa coisa que ninguém sabe, nem sequer dizer por palavra, essa coisa que é um grande mistério e que a todos nos deixa sem palavras. O que é lei? O que há de permanente. O que é efémero? Tudo o resto.

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