segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

é incrível a influência que a medicina tem nas pessoas. Como é algo fácil de compreender por mentes positivistas, existencialistas ou simplesmente tacanhas (já que se extinguiram, ou estão quase extintos, os padres, dá um certo jeito controlar as massas sociais com alguma coisa, não é verdade?), é a nova religião do mundo. Os seus plenipotenciários espalham-se por todo o globo, mais tarde ou mais cedo são necessários para curar alguém, têm grandes templos erigidos à Doença e ao Fármaco, reivindicam tudo e nada, e podem fazê-lo, se não lhes der o que pretendem simplesmente deixam as pessoas morrer, e às vezes até as matam a troco de dinheiro. Alguns deles estão já formando uma nova elite, uma super-raça constituída pela melhor contribuição genética possível, apenas efectuando cruzamentos entre os mais dotados, quem sabe se o próximo passo não será exterminar velhos, deficientes e homossexuais?

muitas dessas criaturas, que até disso são alheias, melhor dizendo, as mais refinadas dessas criaturas, pensam que podem ter tudo na sua mão, explicar o mundo, a vida e o universo, o que existe realmente e o que não existe, e andam por aí, por todo o lado, na verdade, espalhando a sua boa-fé, a sua boa-nova, pregando ao peixinhos que, por má combinação alélica, desequilíbrio de produção proteica face a estímulo externo ou simples deficiência auditiva, não têm a sorte e o condão de merecer um grande resultado no teste de QI. E alguns são tão perfeitos na sua perfeição, autênticos Deuses incarnados, que não se limitam à mestria na sua área, mas também querem conquistar todas as outras, e arrancar suspiros e arrebatar pintores e poetas, escultores e historiadores, desportistas e cantores, actores e jornalistas.

mas felizmente os verdadeiros criadores sabem que tudo isso não passa de poeira para os olhos.

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