sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

o ensino é a melhor forma de dar a forma que se quer às pessoas. É o novo fascismo ditatorial envolto em discursos emproados, falinhas mansas e paninhos quentes. É mais subtil, não apela a batalhas ou guerras, nem a derramamento de sangue, prefere antes começar desde muito cedo, instalando a pouco e pouco o dever e a obediência cega, a apatia, o sentido da autoridade, a disciplina, enfim, tudo aquilo que um civil necessita para ser um bom soldado e ir para a guerra (seja a do Iraque ou outra qualquer). Na Idade Média derramava-se sangue, é certo, mas tinha que se matar o adversário à espadeirada, e olhá-lo nos olhos. Hoje basta carregar num botão e rebenta uma ogiva nuclear no outro lado do mundo. Vive-se do anonimato socialista, fenómeno que faz saltar logo o seu contrário, por insatisfação óbvia, o sentido de se tornar conhecido e famoso perante toda a gente. Mas como quem se torna conhecido rapidamente por todos num mar de tantas peças saídas de uma fábrica de produção em série é quem salta à vista de todos, então reitera-se o culto do óbvio. Não se trata de uma meritocracia, ou de respeitar aqueles que já conquistaram o seu respeito por quem sabe, trata-se apenas de ser aquele que todos conseguem reconhecer. Mas como nascem hoje milhares ou milhões por dia, e outros tantos morrem, embora, e por enquanto, seja o saldo positivo, e como a espécie humana, como qualquer outra, está votada à morte, e como ser velho não interessa a ninguém, toda esta moda de ser famoso rapidamente cai em desuso, então renova-se todos os meses, todas as semanas, todos os dias. Todos têm os seus cinco minutos de fama, nem que seja para dizer porcaria, enquanto que milhares de crianças em África, e não só, morrem todos os dias naquilo a que muito clínica e artificialmente se chama o limiar da pobreza. Bem, pobreza é o que não falta, isto é, pobreza de espírito. Sejamos antes a pobreza em espírito, para ver se o mundo se pode cumprir inteiro.

2 comentários:

Anónimo disse...

A lei da desigualdade de todos os homens não consegue ser apagada pela imposição do igualitarismo socialista que concede ao imbecil o mesmo estatuto do que o idiota, e a ambos o mesmo nivel do medíocre, e aos três o mesmo zénite que o homem de talento.

Daniel disse...

Sabe, caro Lucas, a frase que melhor transmite toda essa ideia da lei da desigualdade, isto é, aquela que encontrei e que, até agora, é a que me parece ser a melhor para o caso, tinha que ser de Fernando Pessoa

"Todo o homem é excepção a uma regra que não existe"

o socialismo tem os dias contados.

obrigado pelo comentário e volte sempre ...quer dizer, volte sempre que quiser!