segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

talvez esses heterónimos que Pessoa foi e é hoje pelo mundo inteiro fossem apenas uma invenção sua, um seu fingimento, para que pudesse falar de todas as maneiras que os homens entendem, e assim poder chegar a todos eles, sejam os amantes da natureza real, isto é, os que amam as ervas, os montes, os vales, a lua e o sol, as estrelas e os campos, seja com os engenheiros e mecânicos de odes triunfais e movimentos cibernéticos, seja com os clássicos gregos e romanos, pagãos por natureza e amantes do culto estético aos deuses, seja dos que vivem atormentados com o peso que é sentir e pensar, seja com os que falam apenas o inglês comercial, mas que também é perceptível à sua consciência, seja como e com quem for, ser um poema universal.

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