terça-feira, 28 de agosto de 2007
Pelo menos metade dos problemas no processo de aprendizagem académico seria resolvida se os docentes partissem não do seu ponto de vista, mas do ponto de vista dos seus alunos. Partir do ponto de vista do docente significa explicar um determinado conteúdo como se se já soubesse o que lá vai dentro. Partir do ponto de vista do aluno significa explicar um determinado conteúdo como se se não soubesse o que vai lá dentro. E isto faz toda a diferença. Primeiro, partir do ponto de vista do aluno requer um discurso bem fundamentado, articulado, coerente e lógico. É preciso referir e explicar cada passo, encadeando logicamente os assuntos tratados, de modo a que seja possível ao aluno compreender, por si próprio, qual a relação e a ligação entre os temas. Ensinar é como construir uma ponte entre aquilo que se sabe e aquilo que não se sabe. Sempre que se falha alguma tábua de madeira há sempre o risco crescente de se cair no abismo da ignorância. Só quando todas as tábuas estiverem bem pregadas tanto à estrutura da ponte como umas às outras se poderá chegar ao outro lado sem pôr em perigo a vida.
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2 comentários:
concordo completamente..falta 1a componente psicologica ao metodo de dar aulas
o problema é que isso obriga os professores a pensar, e alguns deles já se encontram num casulo que cheira a podre. Uma psicologia das relações humanas, uma verdadeira pedagogia para Portugal, isso é que é preciso. E isso não se resolve com mais matéria e menos tempo de aulas (foi o que Bolonha veio trazer). Só é possível resolver estes problemas estruturais que minam a fundação da Educação em Portugal quando forem tomadas medidas e apresentadas propostas verdadeiramente bem adaptadas aos processos cognitivos dos indivíduos. Qualquer coisa menor que isso é o campo de concentração capitalista que hoje temos em plena actividade, e se ele funciona perfeitamente para nos dar uma boa competitividade e avanços económico-tecnológicos, falha redondamente nos processos que são o motor da vida, da evolução do pensamento humano. Contra este futuro incerto, procuremos mas é as soluções! Obrigado pelo comentário.
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