se pudesse arranjar uma palavra para descrever, analisar e sintetizar o que é o pensamento, diria que a palavra imprevisível serviria muito bem para o caso.
nós não somos donos do nosso pensamento (lá está o despontar da terceira ferida narcísica do homem), o pensamento é que é dono de nós. Quer queiramos, quer não, temos de submetermo-nos à sua vontade, como se fôssemos seus escravos e dele dependesse toda a nossa existência, ou pelo menos toda a nossa consciência, ou se por uma questão de terminologia preferirem, sanidade mental. Os verdadeiros loucos são aqueles que não se submetem ao seu único senhor, que é o pensamento. Mesmo que ele diga para aqueles não pensarem. Mesmo que ele próprio diga e afirme, a pés juntos, que não existe, e que é apenas mais um reflexo de lua na superfície calma de um lago, e não a própria lua.
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