segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
não deve existir coisa mais irritante do que ouvir um orador que expõe ideias, mais ou menos interessantes, pela leitura de um papel. Para já, demonstra incapacidade de síntese das suas ideias. Não proporciona qualquer adaptação ao seu auditório, independentemente deste se tratar de um conjunto de pessoas que estudaram a área ou que não têm conhecimentos quase nenhuns sobre ela. Retira a atenção da métrica e da rima daquilo que se vai dizendo e passa-la para a pontuação. E, pior que tudo isso, dá um curso estático ao discurso. Em suma, retira mais apoios do que acrescenta muletas. Quer-me parecer que o padre António Vieira, ou o próprio Santo António, não precisavam de papéis para que as palavras das suas prédicas andassem - ou voassem. E, mais a mais, ler toda a gente sabe...
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